Voltamos com um caso sobre a gestão na sala de partos, FCFb, puxos e suspeita de perda de bem-estar fetal. Querem participar?
A gravidez terminou com um parto eutócico às 03:53.
Resultado perinatal: APGAR 5/9. pHa 6,90, pHv: 7,12.
RESUMO comentário:
– Primeiro, falamos sobre que RCTG teríamos de imaginar tendo em conta a informação clínica e, depois, aplicamos o checklist do início da análise de RCTG. Falamos das características do RCTG na segunda fase do trabalho de parto.
–Tramo 1 do RCTG: Destaca-se o “Double mountain peak sign”, no qual vemos ascensões que coincidem com as contrações. Isto deve levar-nos a suspeitar que se trata de batimento materno.
Porquê? –> A mãe pode estar a sentir dor e isto já pode aumentar a sua FC. Por outro lado, existe um fenómeno fisiológico pelo qual, com as contrações, se gera Valsalva que aumenta a pressão intratorácica, diminui o retorno venoso e aumenta a FC. E, por outro lado, com a contração, comprime-se o leito vascular da placenta e aumenta o sangue em circulação, o que tende a aumentar a FC.
A monitorização errónea do batimento da mãe ocorre porque o transdutor capta o sinal Doppler dos vasos ilíacos da mãe, que é mais intensa e superficial, em vez do sinal do batimento ventricular do feto, que está profundo na cavidade. Isto ocorre com mais facilidade em pacientes obesas e à medida que vamos baixando o transdutor devido à descida do feto.
Sinais de que se está a monitorizar a mãe:
– Melhoria repentina do RCTG
– Mudança brusca na FCFb
– Ascensões >15 bpm e >15”
– Double mountain peak sign
Nos seguintes tramos, vemos que a FCFb está aumentada e a variabilidade progressivamente reduzida e alterada. Ausência de cycling. Tudo isto nos orienta para uma hipoxia progressiva descompensada.
Finalmente, falamos dos resultados perinatais (antes de conhecê-los) e supusemos que o pH estaria abaixo de 7,0.
O vídeo completo está publicado no feed do Instagram icarectg_official.